Para me despedir por esta noite, deixo-vos este poema de uma das mais exuberantes e extraordinárias escritoras e poetisas do nosso tempo, que desenha erotismo transformado em letras:
São de bronzeos
palácios do teu sangue
de cristal absorto
encimesmado
São de esperma
os rubis que tens no corpo
a crescerem-te no ventre
ao acaso
São de vento – são de vidro
são de vinho
os liquidos silencios dos teus olhos
as rutilas esmeraldas que
sózinhas
ferem de verde aquilo que tu escolhes ~
São cintilantes grutas
que germinam
na obscura teia dos teus lábios
o hálito das mãos
a língua – as veias
São de brandas catedrais
que desnorteiam
(São de cupulas crisálidas
são de areia)
na minha vulva
o gosto dos teus espasmos
Maria Teresa Horta
Hello world!
Há 4 anos
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